Após a passagem do ciclone na segunda-feira, 4, o Rio Taquari transbordou e o alto volume de água chegou ao Delta do Jacuí e ao Lago Guaíba. Isso resultou no aumento do nível das bacias, causando inundações nas ruas e casas do bairro Arquipélago e das áreas ribeirinhas da zona sul de Porto Alegre a partir da quarta-feira, 6. A previsão é que a cheia continue até o sábado, 9, devido à previsão de chuva nos próximos dias.

A Defesa Civil Municipal emitiu um aviso de inundações nas áreas ribeirinhas da capital gaúcha, incluindo bairros da zona sul que ficam às margens do Guaíba, como Lami e Ponta Grossa. Uma escola na Ilha dos Marinheiros foi transformada em abrigo temporário para possíveis desalojados e desabrigados. Além disso, os retornos da rodovia BR-290 na região das Ilhas Grande dos Marinheiros, das Flores e da Pintada foram interditados devido a alagamentos.

A Defesa Civil estadual destacou que a situação mais preocupante é a do Guaíba, pois a maioria dos rios do Estado está em níveis de atenção. O prefeito Sebastião Melo visitou o Arquipélago e pediu às famílias que aceitem o acolhimento oferecido. Outras cidades da região metropolitana de Porto Alegre, como Canoas, também estão enfrentando inundações devido à cheia do Rio dos Sinos.

O Corpo de Bombeiros foi acionado para resgatar pessoas nas ilhas e a Prefeitura utilizou um barco para retirar animais domésticos de casas afetadas. O ciclone causou pelo menos 41 mortes no Rio Grande do Sul, além de desaparecidos, desabrigados e desalojados. Há previsão da passagem de outro ciclone nos próximos dias, mas com menor impacto em terra do que os anteriores.

A Defesa Civil estadual emitiu alertas para descargas elétricas, queda de granizo e rajadas de vento em diversos municípios. Também alertou para cheias na fronteira com a Argentina e o Uruguai, além de outras áreas do Estado.

Os clubes com espaços nas ilhas suspenderam suas atividades devido às condições climáticas. A ciclovia do Arroio Dilúvio foi interditada após parte da estrutura ceder, e o desfile do Sete de Setembro e a cerimônia do acendimento da Chama Crioula foram adiados. A população foi orientada a evitar transitar nas ruas e buscar abrigo seguro. A Comissão Permanente de Atuação em Emergência está acompanhando a situação e organizando ações.